domingo, 30 de agosto de 2009

Estalou o verniz

Perdi a paciência, o decoro, o dito respeito que afinal de contas, esta gente não merece.
Até parece que tenho as palavras estranguladas, por não saber onde começar! Estou aqui há quase 16 meses. quem me conhece sabe que por vezes sou difícil. Quando não há aquela empatia imediata a amizade por vezes custa um pouco a ser criada. No entanto, e na devida prateleira ( esta aprendi com um grande homem de trás-os-montes ) do escalão de amizades, já criei aqui algumas. Argelinos, Filipinos, Indonésios, Malaios, Egípcios e Japoneses. Três pessoas destacam-se, estando várias prateleiras acima de todos os outros. Um Filipino chamado Gata, um Egípcio chamado Islam e um Argelino chamado Tarek Saf. Dada também a minha maneira de ser consigo entrar no coração das pessoas e fazê-las sentirem-se á vontade para falar comigo de coisas que se calhar não diriam a muitos.
Vou-vos falar dos muçulmanos, dos irmãos muçulmanos. Das pessoas que quando te vêem chegar aqui fresquinho, cantam a alto e bom som o Islão e o quão melhores que são em relação a todos os outros. Falam como verdadeiros guardiões de um tesouro da humanidade que só a eles pertence.
Histórias de irmãos temos várias, desde o que foi para Itália e tem um emprego onde ganha 3000 € por ano. Um dos irmãos que trabalhou comigo e que ganha uma miséria emprestou-he 700 euros para ajudar na viagem para a Europa. Agora que está bem disse-lhe na cara que lhe paga quando puder. Manifestações de riqueza para os que não são da família, venham elas. Outra é a de uma família de vários irmãos, um emigrou e fez bastante dinheiro, ajudou um outro que não tinha onde cair morto e esse hoje está também bem na vida. Outro dia virou-se para um terceiro irmão que continua pobre e disse-lhe que não lhe dirigisse a palavra, pois é pobre. Esse mesmo recebe o dinheiro da renda de um sobrinho pobre para o irmão rico que emigrou. Escusado será dizer que não entrega o dinheiro e o guarda para si mesmo. Outro rapaz ficou desempregado e a sua mãe, resolviu pedir ao seu irmão emprego para o sobrinho. O senhor, dono de uma escola privada de onde tira cerca de 1700 € de ordenado, arranjou emprego ao sobrinho com um salário de 50€ por mês. Este senhor é um expert em estudos da religião muçulmana. Quando abordado pelo sobrinho se não lhe podia dar mais algum, respondeu que por esse dinheiro podia ter dois empregados. É normaleste nível de ordenados, pagos por empresas que fazem muito dinheiro. Histórias destas não faltam. Como uma vez que fui a um cabaret. Cabaret porque no interior, tudo o que se assemelha a uma discoteca, não passa de uma casa de putas. Já estive em duas, nas quais garanto que havia mais de 50 meninas ao serviço. Nesse cabaret estavam uns emigrantes, Argelinos de Marselha se bem me recordo. É costume aqui dar dinheiro ao homem que está a cantar ( uma música horrível, diz-se que a música árabe nasceu no Líbano, amadureceu no Egipto e morreu na Argélia, é verdade garanto-vos ). O homem até quase deixa de cantar se não entrar dinheiro. Dá-se 1000 dinares, equivalente a 10€, e o homem anuncia as pessoas e de onde elas são. Isto pode-se prolongar por horas. Esses emigrantes deram no espaço de uma hora 100.000 dinares, equivalente a 1000€. Se um familiar precisar de ajuda, não ajudam. Para não falar das pessoas que andam a morrer de fome. Foi a gota de água, fui-me embora. Já é difícil ver aquelas raparigas a prostituirem-se para aqueles animais quanto mais ver novos ricos a esbanjar dinheiro. Entretanto fui mais uma vez a um cabaret. Num fim de semana que me desloquei à costa para gozar um dia de praia. Numa terra onde existem muitos bares e cabarets. Fiz a viagem com dois amigos, um Português e um canadiano e mais duas amigas indonésias. A intenção era mostrar às raparigas a "night" Argelina. Foi engraçado, naquele ambiente hostil, devido à evidência que somos estrangeiros e estamos a ver aquilo que não se pode ver e que supostamente não existe. Dançamos, rimo-nos, fizemos a nossa festa. Mas o que realmente teve mesmo piada, foi quando elas me perguntaram: " Hugo, mas as mulheres andam todas cobertas e aqui estão todas descascadas?". Já não me ria assim há muito tempo. A ingenuidade delas é refrescante. Expliquei-lhes o jogo. A Argélia muçulmana. No fim disse-lhes que muito porvavelmente, muitos destes senhores, tinham acabado de fechar a esposa e os filhos no hotel e estavam agora no cabaret
a bailar com as "meninas". No dia seguinte de manhã quando cheguei à praia, as minhas amigas vieram a correr para mim: " Hugo! Hugo! Quando estávamos a tomar o pequeno almoço, ao nosso lado no hotel, estava um dos homens que estava a dançar com as meninas a tomar o pequeno almoço com a família!". Mas o caso que mais me custou por ser próximo foi o do meu amigo Canadiano. Comprou um carro, para dar uns passeios, para alugar ao pessoal do projecto para reaver o investimento e dar uma oportunidade de todos passearmos sem escoltas militares. Teve que deixar o carro no nome de um amigo Argelino. A dias de ele se ir embora, quando pretendia vender o carro, o Argelino disse-lhe que o carro era dele que não o podia vender. O meu amigo encetou então um processo judicial, na tentativa de reaver o carro. Tendo o seu contrato acabado, já não tinhao ao seu dispôr uma viatura para se deslocar. Foi durante dois anos e meio consultor no projecto e ensinou a muitos engenheiros argelinos todos os seus conhecimentos , assim como deu a sua amizade e abriu as potas da sua casa. Se não fossem os Portugueses, nunca teria conseguido desocar-se para fazer as devidas diligências. Todos os seus amigos Argelinos estiveram durante duas semanas ocupados demais para o poderem ajudar. Quando procurou nesses amigos um procurador, para poder regressar a casa, todos se recusaram. Viraram-lhe as costas... TODOS!!!! O mais normal por aqui é o Argelino que "fode" o outro Argelino para ganhar créditos com o Japonês, que um dia se vai embora e o vai deixar para trás.
Por esta razão, estalou o verniz. O meu discurso, para todos, agora é o seguinte:
Vocês são todos uma camabda de FDP! Que se chamam todos uns aos outros irmãos, mas é só até ao dia em que o irmão precisar de ajuda! Eu sou mais muçulmano que vocês! Na estrada estão sempre a chamar FDP uns aos outros e à procura de porrada! O exemplo de como conduzem a vida uns com os outros! A vossa natureza é das piores que já vi... e por aí...
Não os respeito, não os respeitarei. Conheço bem, um bom Argelino. Suspeito que haja mais... mas não me apetece aprofundar essas mesma relações. Muitos me dizem que tenho razão, baixam os olhos! Têm vergonha! Talvez sejam diferentes... no entanto chegados a casa, são bem capazes de pregar umas belas bofetadas na mulher porque saiu de casa mais de 10 minutos! Isto sei eu que acontece, porque várias vezes discuto esse tema com eles. C'est normal, quelques fois en doit de frapper ta femme!