segunda-feira, 26 de abril de 2010

AIR


Por vezes um vislumbre. Um aceno com a cabeça. Um concordar silencioso com os olhos. Muito raramente um " tu as raison!". Seguido de um voltar as costas, cúmplice, silencioso e envergonhado.
A minha última táctica de "ataque" é falar da mutabilidade. Tudo muda! O mar, a montanha, o clima, o vento! O universo em expansão e em constante mutação!
Tudo muda... menos o Corão.
Já distribui filmes, documentários. Já tive conversas sem fim... Estou cansado...
Na maioria das vezes toco. Abro uma pequena porta de entrada. Pelo menos assim parece. Assim o sinto. Mas não deve perdurar mais que 5 minutos. Ou pelo menos até ao regresso à vida normal.
Do convívio destes muçulmanos, que do que pregam, nada têm. Não há respeito nem fraternidade. Não há nada mais do que eu primeiro e os outros a seguir.Se é que sequer há espaço para os outros. Podia contar estórias atrás de estórias. Coisas ouvidas, coisas vistas e coisas sentidas.
Espero que de tanta semente, uma flôr nasça. Se dessa flôr, mais duas nascessem...
Impressionante! Num sítio com tanto espaço para respirar, as pessoas parecem claustrofóbicas. Aqui não se pode falar. Aqui o direito à diferença não existe. Pode ser apenas pensado e sentido em solidão. Não pode ser partilhado.
Aqui há muito AR... mas não se pode respirar!


sábado, 3 de abril de 2010

Stereo_gr7m




Esta grade não existe.
É uma ilusão






quarta-feira, 31 de março de 2010

Ponto de situação


Já estava para aqui vir há uns tempos. Vim hoje por incentivo indirecto (leva c? ou não está de acordo com o acordo?) de uma mui querida amiga!
Por vezes penso que foi mesmo pelo melhor vir trabalhar nestas condições "guantanamescas". Por motivos intrinsecamente pessoais e pelos ganhos que daí advieram. Como também pelo inconformismo e desagrado que me provoca a condição feminina no mundo islâmico. Segundo o rating feito pela Freedom House, a Argélia, figura no pódio dos países muçulmanos com melhores condições de vida no que diz respeito a: "Femmes - Où fait il bon vivre au Maghreb". É este o título de um artigo que li numa revista chamada Jeune Afrique. A Tunísia recebe o 1º posto, seguida quase em igualdade por Marrocos e Argélia. Tudo isto nota-se menos no interior onde me encontro. Sobretudo em Setif, cidade grande mais próxima de onde me encontro. Uma Wilaya com crescimento exponencial nos últimos vinte anos, sendo já a 3ª do País. Mas tecida de muita migração de gente pobre à procura de uma vida melhor. Creio que se tivesse mais liberdade de movimentos, envolver-me-ia numa luta cívica e ainda era expulso ou desapareceria para nunca mais ser encontrado. Mas sentem-se ventos de mudança. Umas coisas puxam pelas outras. Se calhar as coisas ainda vão acontecer aqui antes de acontecer qualquer coisa no Irão. Agora pelo menos uma vez por semana tento comprar e ler os jornais locais de expressão francesa. A corrupção grassa por todo o lado. O Presidente re-eleito (seleccionado), é um septuagenário, que só serve para receber o Zidane e convidá-lo para seleccionador da selecção de futebol. O segundo ópio do povo a seguir ao Islão, embora seja o primeiro mas não é porque é de livre escolha! A empresa que fiscaliza as obras públicas, DPN, viu o seu presdiente ser preso há cerca de dois meses. Caso de corrupção. O projecto no qual me encontro a trabalhar vale 30 Biliões de Euros. A Sonatrach que regulamenta e controla o negócio do petróleo tem escândalos atrás de escândalos. Greves de todos os sectores da função pública. Respiram-se ares tímidos de revolução socio-cultural. A imprensa fala claramente sobre os problemas, mete os dedos nas feridas e questiona ministros e figuras do aparelho de estado sem medos. O País segue sem rumo, espera-se uma atitude ou uma declaração do Presidente em relação a todas estas questões. O silêncio poderá ficar ensurdecedor.
Por outro lado temos uma repressão social traduzida em barreiras da "Gendarmerie National" por todas essas estradas fora. Mas não fazem mais nada, só controlar o trânsito, caçar a multa e o suborno. Coisas que já vi presencialmente, inclusive encontro num café para receber uma carta de condução apreendida a troco de 1500DNA (cerca de 15 €). O exemplo vem de cima. Estas gentes anestesiadas por anos de guerra civil e terrorismo. Reprimidas por feridas de guerras e terror fundamentalista religioso. Até quando se calarão? Até quando se contentarão com café barato, pão, batatas, futebol e tarifas económicas de telemóvel? Aguardo, com esperança. Um dia o medo vai-se e fica a fúria. A fúria dos muitos que nada têm contra os poucos que têm mais que muito!

P.S.- Para quem interesse: http://www.elwatan.com/

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Esqui(vo)ço


Apetecia-me dizer umas quantas coisas... Mas a maioria não ia entender... Talvez não seja o "tempo", a altura. Pelo menos no sentido linear que o 3D permite. Porque foi, porque está pensado, escrito ou garatafunhado. Talvez a ideia vos apanhe no tempo ou vocês apanhem a ideia. Não faz grande sentido é dizê-lo se não se está preparado para escutá-lo. Dito isto, já estou a dizer muito sem dizer nada. Só espero que não seja eu que não esteja preparado para dizê-lo. Não! Já está dito e vou dizendo fazendo!

I HAD(VE) A DREAM!!

Fica ali no rascunhos

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

attic


ando a limpar o sótão
há anos que não cá subia
quer dizer
subia mas não ficava

danada poeira e bicharada
se o soubesse antes
por cá mais tempo demorava

barulhos esquisitos

coisas que não se mostram

relances na visão

parecem sujos e mal educados
sabem bem que se se mostrarem

desaparecerão

tenho que abrir os olhos

talvez mais o coração

eliminar o ego

provocar a disseminação

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Quem me dera ser um momento...


Como um anjo em ascensão. Meio curvado com o peito para cima, asas para baixo e braços bem abertos. No limiar da energia, explodiu. Desfez-se em milhões de partículas. Continuando a sentir todas e cada uma delas. Dentro daquela caverna mágica fazia parte de tudo, sentia tudo... pertencia ao Todo. Pertencia a uma ordem diferente. Em que tudo é só um e se está em mais do que um sítio ao mesmo tempo. Em que as coisas não têm só uma velocidade... Andam à velocidade que precisam de andar para que ele as sinta, para que ele as seja. Numa dança sem espaço nem tempo, como Poseidon rodeado de 3 Nereidas, numa espiral de cores de um universo parado mas sempre em movimento. Rodeado e protegido por duendes, trolls e almas de luz. Almas de criação, imaginação. Construtores universais de galáxias impenetráveis! Transformou-se me cristal, num diamante... Era senhor do universo, era o universo. Era tudo, era todos. Era LUZ!

sábado, 26 de dezembro de 2009

Solidão, introspecção, acção-reacção


Ia escrever sobre o assunto. E logo no início da pesquisa, deparei-me com estes dois textos:

A Coragem de Seres Só

"Uma arma de triunfo te dei, sobre todas as outras: a coragem de seres só; deixou de te afectar como argumento ou força esmagadora a alheia opinião, as ligeiras correntes e os redemoinhos do mar; rocha pequena, mas segura, sobre ti se hão-de erguer, para que vençam a noite, as luzes salvadoras; não te prendem os louvores dos que te querem aliado, nem as ameaças dos contrários; traçaste a tua rota e hás-de segui-la até ao fim, sem que te desviem as variadas pressões. Só e constante, mesmo em face do tempo; os anos que rolam tu os consideras elemento de experiência; para os homens futuros episódios sem valor; se eles te abaterem, só terão abatido o que há de menos valioso; e contribuirão para que melhor se afirme o que puseste como lição da tua vida; a muitos absorve o actual; mas a ti, que tens como tua grande linha de cultura, e porventura tua alma, a posse das largas perspectivas, a hora começando te vê firme e firme te abandona. Nenhuma estóica rigidez neste teu porte; antes a compassada lentidão, a facilidade maleável de bom ginasta; não é por amor da Humanidade que hás-de perder as mais fundas qualidades de homem. Em tal espelho me revejo, eu que tomei tua alma incerta e a guiei; e contemplo como doce oferenda, como a mais bela visão que me poderias conceder, a clara manhã que já de ti desponta e lentamente progredindo há-de acabar por embalar o universo nos seus braços de luz."

Agostinho da Silva, in 'Considerações'




O Nosso Infinito
"Há ou não um infinito fora de nós? É ou não único, imanente, permanente, esse infinito; necessariamente substancial pois que é infinito, e que, se lhe faltasse a matéria, limitar-se-ia àquilo; necessáriamente inteligente, pois que é infinito, e que, se lhe faltasse a inteligência, acabaria ali? Desperta ou não em nós esse infinito a ideia de essência, ao passo que nós não podemos atribuir a nós mesmos senão a ideia de existência? Por outras palavras, não é ele o Absoluto, cujo relativo somos nós?
Ao mesmo tempo que fora de nós há um infinito não há outro dentro de nós? Esses dois infinitos (que horroroso plural!) não se sobrepõem um ao outro? Não é o segundo, por assim dizer, subjacente ao primeiro? Não é o seu espelho, o seu reflexo, o seu eco, um abismo concêntrico a outro abismo? Este segundo infinito não é também inteligente? Não pensa? Não ama? Não tem vontade? Se os dois infinitos são inteligentes, cada um deles tem um princípio volante, há um eu no infinito de cima, do mesmo modo que o há no infinito de baixo. O eu de baixo é a alma; o eu de cima é Deus.
Pôr o infinito de baixo em contacto com o infinito de cima, por meio do pensamento, é o que se chama orar.
Não tiremos nada ao espírito humano; é mau suprimir. O que devemos é reformar e transformar. Certas faculdades do homem dirigem-se para o Incógnito, o pensamento, a meditação, a oração. O Incógnito é um oceano. Que é a consciência? É a bússola do Incógnito. O pensamento, a meditação, a oração são tudo grandes irradiações misteriosas. Respeitemo-las. Para onde vão essas majestosas irradiações da alma? Para a sombra, quer dizer, para a luz.
A grandeza da democracia consiste em não negar, nem renegar nada da humanidade. Ao pé do direito do homem, pelo menos ao lado, há o direito da alma.
A lei é esmagar os fanatismos e venerar o infinito. Não nos limitemos a prostrar-nos debaixo da árvore da Criação e a contemplar os seus imensos ramos cheios de astros. Temos um dever: trabalhar para a alma humana, defender o mistério contra o milagre, adorar o incompreensível e rejeitar o absurdo, não admitindo em coisas inexplicáveis senão o necessário, tornando sã a crença, tirando as superstições de cima da religião, catando as lagartas de Deus.
"

Victor Hugo, in 'Os Miseráveis'

De repente era Eu... Só Eu... Para onde me virasse... Eu... Tentei afastar-me, distrair-me, esconder-me do Eu... Mas afinal quem era Eu? O que era Eu? Projecto...hipótese... Rascunho... talvez! A lápis de carvão... Frágil... Perecível... Fugir de mim... Impossível... Larguei o que penso, agora quero o que sinto... Eu vai-se extinguir... Agora... eu... SOU!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

boskes


amiga recente
amiga presente
pinceladas de genius
ilustração pintura sensação


Marta Mariano um M&M de todas as cores

http://boskes.blogspot.com/


Podem comprar e encomendar!




quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Era uma vez


Há muito anos atrás...

... E depois de acabado e uns meses afastados...
Mais uma vez foram impelidos, tinham que se tocar.
Não para ficarem juntos.
Mas por medo de ficarem para sempre separados...

terça-feira, 6 de outubro de 2009

BilumBilum


Nasceu uma nova marca.
Para melhorar o nosso imaginário e das nossas crianças.

Um conceito fresco e inovador.
Eu já encomendei!


BILUMBILUM

domingo, 4 de outubro de 2009


*PLIM*

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Journeys


O que não falta por aí hoje são medicinas e terapias alternativas. Fala-se de acunpuctura, reiki, shiatsu, yoga.
Fala-se de religões como o budismo ou o hinduísmo. Fala-se de espíritos e de reencarnação. Fala-se da enormidade do Universo. Dimensões paralelas. Fala-se de "DEUS". Não o Deus que se associa mal se lê a palavra. Não de um Deus de barbas sentado num trono. Um Deus que nos olha com superioridade e ao qual devemos pedir penitência e piedade. Não um Deus como o qual falam aqui onde me encontro. Um Deus do qual se deve ter medo. No começo destas novas/antigas religiões, havia o medo. Medo da tempestade, medo do terramoto, medo do Sol, medo da Lua. Medo do desconhecido, do inexplicável. Medo da Natureza. Estas religões têm inúmeros pontos comuns com outras religiões anteriores. Desde aos Egípcios, Mayas, Aztecas ou outros que mais. Do Índico, do Pacífico. Deuses ou semi-deuses nascidos a 25 de Dezembro que morreram por três dias e depois ressuscitaram, anteriores a Jesus Cristo, conhecem-se pelo menos Treze (nice number). Dou um exemplo, Hórus, Deus egípcio do céu e da guerra.
A realidade é que sempre se olhou para o oculto, para o desconhecido. A diferença é que agora se olha com curiosidade, com esperança, com vontade de experimentar. À parte dos cépticos e dos sobre-encantados, que acabam crentes de uma seita duvidosa qualquer, conheço cada vez mais pessoas inteligentes, sensíveis e "humanas" na verdadeira acepção da palavra , que se aventuram nestas novas descobertas de coração aberto. Eu próprio me incluo nesse mesmo lote. Claro que virão seitas e pseudo-religiões, mas também este mundo só vai evoluindo um pouco no bom caminho devido a extremismos minoritários. Põem toda a gente em guarda. Uma coisa é certa, essas pessoas que conheço, evoluiram para um estágio melhor, maior. Mais rico, profundo, benevolente e tolerante. Essas pessoas experenciaram coisas, sensações, visões... Essas pessoas, hoje, são um pouco melhores do que eram ontem. Aos cépticos digo para tentarem alargarem um pouco o seu campo de "visão". No mínimo o que isto traz, é que há cada vez mais gente com vontade de olhar um pouco para dentro. De se conhecer e de se melhorar. Daí não pode advir nenhum mal. E para os outros, aceitem o caminho, assumam as vossas escolhas e abracem os vossos erros. E sintam, fluam, voem e flutuem. Não há coincidências. Ou se calhar há, mas não são "meras" coincidências.
Eu fui ver! Eu senti! Eu gostei! Eu vou continuar a tentar abrir mais o meu coração e dar. Assim como espero ser capaz de receber tudo o que a mim me têm dado! O maior desafio está cá dentro, onde também talvez esteja "Deus". E o paraíso não tem que ser no Céu. Pode talvez ser aqui... na TERRA. Por nós e pelos que vêm a seguir.

Uns mais perto, outros mais longe...
Obrigado por me fazerem gostar de EXISTIR.

domingo, 30 de agosto de 2009

Estalou o verniz

Perdi a paciência, o decoro, o dito respeito que afinal de contas, esta gente não merece.
Até parece que tenho as palavras estranguladas, por não saber onde começar! Estou aqui há quase 16 meses. quem me conhece sabe que por vezes sou difícil. Quando não há aquela empatia imediata a amizade por vezes custa um pouco a ser criada. No entanto, e na devida prateleira ( esta aprendi com um grande homem de trás-os-montes ) do escalão de amizades, já criei aqui algumas. Argelinos, Filipinos, Indonésios, Malaios, Egípcios e Japoneses. Três pessoas destacam-se, estando várias prateleiras acima de todos os outros. Um Filipino chamado Gata, um Egípcio chamado Islam e um Argelino chamado Tarek Saf. Dada também a minha maneira de ser consigo entrar no coração das pessoas e fazê-las sentirem-se á vontade para falar comigo de coisas que se calhar não diriam a muitos.
Vou-vos falar dos muçulmanos, dos irmãos muçulmanos. Das pessoas que quando te vêem chegar aqui fresquinho, cantam a alto e bom som o Islão e o quão melhores que são em relação a todos os outros. Falam como verdadeiros guardiões de um tesouro da humanidade que só a eles pertence.
Histórias de irmãos temos várias, desde o que foi para Itália e tem um emprego onde ganha 3000 € por ano. Um dos irmãos que trabalhou comigo e que ganha uma miséria emprestou-he 700 euros para ajudar na viagem para a Europa. Agora que está bem disse-lhe na cara que lhe paga quando puder. Manifestações de riqueza para os que não são da família, venham elas. Outra é a de uma família de vários irmãos, um emigrou e fez bastante dinheiro, ajudou um outro que não tinha onde cair morto e esse hoje está também bem na vida. Outro dia virou-se para um terceiro irmão que continua pobre e disse-lhe que não lhe dirigisse a palavra, pois é pobre. Esse mesmo recebe o dinheiro da renda de um sobrinho pobre para o irmão rico que emigrou. Escusado será dizer que não entrega o dinheiro e o guarda para si mesmo. Outro rapaz ficou desempregado e a sua mãe, resolviu pedir ao seu irmão emprego para o sobrinho. O senhor, dono de uma escola privada de onde tira cerca de 1700 € de ordenado, arranjou emprego ao sobrinho com um salário de 50€ por mês. Este senhor é um expert em estudos da religião muçulmana. Quando abordado pelo sobrinho se não lhe podia dar mais algum, respondeu que por esse dinheiro podia ter dois empregados. É normaleste nível de ordenados, pagos por empresas que fazem muito dinheiro. Histórias destas não faltam. Como uma vez que fui a um cabaret. Cabaret porque no interior, tudo o que se assemelha a uma discoteca, não passa de uma casa de putas. Já estive em duas, nas quais garanto que havia mais de 50 meninas ao serviço. Nesse cabaret estavam uns emigrantes, Argelinos de Marselha se bem me recordo. É costume aqui dar dinheiro ao homem que está a cantar ( uma música horrível, diz-se que a música árabe nasceu no Líbano, amadureceu no Egipto e morreu na Argélia, é verdade garanto-vos ). O homem até quase deixa de cantar se não entrar dinheiro. Dá-se 1000 dinares, equivalente a 10€, e o homem anuncia as pessoas e de onde elas são. Isto pode-se prolongar por horas. Esses emigrantes deram no espaço de uma hora 100.000 dinares, equivalente a 1000€. Se um familiar precisar de ajuda, não ajudam. Para não falar das pessoas que andam a morrer de fome. Foi a gota de água, fui-me embora. Já é difícil ver aquelas raparigas a prostituirem-se para aqueles animais quanto mais ver novos ricos a esbanjar dinheiro. Entretanto fui mais uma vez a um cabaret. Num fim de semana que me desloquei à costa para gozar um dia de praia. Numa terra onde existem muitos bares e cabarets. Fiz a viagem com dois amigos, um Português e um canadiano e mais duas amigas indonésias. A intenção era mostrar às raparigas a "night" Argelina. Foi engraçado, naquele ambiente hostil, devido à evidência que somos estrangeiros e estamos a ver aquilo que não se pode ver e que supostamente não existe. Dançamos, rimo-nos, fizemos a nossa festa. Mas o que realmente teve mesmo piada, foi quando elas me perguntaram: " Hugo, mas as mulheres andam todas cobertas e aqui estão todas descascadas?". Já não me ria assim há muito tempo. A ingenuidade delas é refrescante. Expliquei-lhes o jogo. A Argélia muçulmana. No fim disse-lhes que muito porvavelmente, muitos destes senhores, tinham acabado de fechar a esposa e os filhos no hotel e estavam agora no cabaret
a bailar com as "meninas". No dia seguinte de manhã quando cheguei à praia, as minhas amigas vieram a correr para mim: " Hugo! Hugo! Quando estávamos a tomar o pequeno almoço, ao nosso lado no hotel, estava um dos homens que estava a dançar com as meninas a tomar o pequeno almoço com a família!". Mas o caso que mais me custou por ser próximo foi o do meu amigo Canadiano. Comprou um carro, para dar uns passeios, para alugar ao pessoal do projecto para reaver o investimento e dar uma oportunidade de todos passearmos sem escoltas militares. Teve que deixar o carro no nome de um amigo Argelino. A dias de ele se ir embora, quando pretendia vender o carro, o Argelino disse-lhe que o carro era dele que não o podia vender. O meu amigo encetou então um processo judicial, na tentativa de reaver o carro. Tendo o seu contrato acabado, já não tinhao ao seu dispôr uma viatura para se deslocar. Foi durante dois anos e meio consultor no projecto e ensinou a muitos engenheiros argelinos todos os seus conhecimentos , assim como deu a sua amizade e abriu as potas da sua casa. Se não fossem os Portugueses, nunca teria conseguido desocar-se para fazer as devidas diligências. Todos os seus amigos Argelinos estiveram durante duas semanas ocupados demais para o poderem ajudar. Quando procurou nesses amigos um procurador, para poder regressar a casa, todos se recusaram. Viraram-lhe as costas... TODOS!!!! O mais normal por aqui é o Argelino que "fode" o outro Argelino para ganhar créditos com o Japonês, que um dia se vai embora e o vai deixar para trás.
Por esta razão, estalou o verniz. O meu discurso, para todos, agora é o seguinte:
Vocês são todos uma camabda de FDP! Que se chamam todos uns aos outros irmãos, mas é só até ao dia em que o irmão precisar de ajuda! Eu sou mais muçulmano que vocês! Na estrada estão sempre a chamar FDP uns aos outros e à procura de porrada! O exemplo de como conduzem a vida uns com os outros! A vossa natureza é das piores que já vi... e por aí...
Não os respeito, não os respeitarei. Conheço bem, um bom Argelino. Suspeito que haja mais... mas não me apetece aprofundar essas mesma relações. Muitos me dizem que tenho razão, baixam os olhos! Têm vergonha! Talvez sejam diferentes... no entanto chegados a casa, são bem capazes de pregar umas belas bofetadas na mulher porque saiu de casa mais de 10 minutos! Isto sei eu que acontece, porque várias vezes discuto esse tema com eles. C'est normal, quelques fois en doit de frapper ta femme!

sábado, 11 de julho de 2009

Histórias da minha "Aldeia"

Vou contar quatro pequenas histórias. A do presidente da câmara, a do representante do sindicato, a do empregador "des femmes de ménage" ( leia-se senhoras de limpeza) aqui do campo e a do polícia do bairro.

O presidente da câmara de Tadjenanet assumiu o cargo e logo se revelou figura de pompa e circunstância. Verdadeiro irmão muçulamano que olha pelos seus. Em pouco tempo não só comprou um belo carro, como também uma bruta de uma vivenda! Está neste momento a cumprir cinco anos de prisão por ter roubado na totalidade o dinheiro de cinco projectos municipais.

O representante do sindicato, representante dos trabalhadores argelinos do campo em que me encontro, é aquele tipo de senhor que se olha e se desconfia. Não fala francês, não fala inglês e tem uma cultura bem abaixo da média. O seu grande orgulho e história que repete vezes sem conta é a de chamar filho da p*** e outras coisas piores aos japoneses em árabe...porque eles não entendem uma palavra do que ele diz. Ou assim pensava ele...
O sindicato oferece a cada novo sindicalizado um serviço de café. Essa mesma oferta é suportada pela entidade governamental e pelo consórcio japonês para o qual trabalho em partes iguais. O consórcio depois de uma pequena investigação que começou depois de o dito senhor ter comprado uma bela nova viatura apurou que o representante sindical, irmão muçulmano, oferecia serviços de café aos trabalhadores no valor de 250 dinares ( que correspondem a 2.5€ ) e cobrava 1250 dinares ( 12.5€ ) a cada uma das entidades. Lucrava assim 22.5€ por cada serviço. Estamos a falar de cerca de 2000 trabalhadores. Façam as vossas contas. O senhor está agora condenado a ver o sol a nascer quadrado por cinco anos.

O chefe das senhoras de limpeza era uma personagem. Indivíduo com cerca de 1.90m. Bem e muito falante. Irmão muçulmano de respeito e referência. Foi apanhado em cima de uma das suas funcionárias de calças para baixo e ela com a sainha bem levantada, assim como o pano que lhe cobre a cabeça pelo chão. Muitas destas empregadas prostituem-se ao engenheiros locais, fora das horas de serviço, num carro qualquer no meio do mato pela módica quantia de 400 dinares ( 4€ ). Mas há uma que lucra mais, faz por 2000 dinares o serviço aos motoristas, mas sexo anal e na casa de banho do espaço dos mesmos. A senhora é muito apreciada, deve pesar 120 kgs ou mais, tendo um traseiro de um tipo bem apreciado por estas bandas. O chefe, bem o chefe lá foi seis meses pensar na vidinha num dos melhores hotéis da autoridade!

O lugar comum destas histórias é mesmo a prisão. Vamos falar então de quem prende estes senhores. Um senhor polícia foi-se casar. Aqui os casamentos são cheios de cerimónias mas invariavelmente acabam tipo casamento cigano com tudo aos tiros para o ar. Coincidênicas do destino, intervenção divina, lá se perdeu uma bala e acertou em cheio no noivo. A noiva passou a viúva instantãnea. Diga-se que estes senhores também não são coisa que se cheire...






domingo, 5 de julho de 2009

Caminhos


Fim de um caminho
começo de outro
desacelarar como um cargueiro
para "30kms" depois parar

Olhar... escolher... seguir
ou simplesmente
fluir

seja como for
a mudança
está quase... quase... a chegar
.


terça-feira, 30 de junho de 2009

É preciso muito caos interior para parir uma estrela que dança

...por vezes chegamos de uma viagem...
...adormecidos...
!e quando acordamos só nos apetece dançar!
...assim aconteceu com uma AMIGA minha...
...que me convidou para esta dança...

http://espalharcoisasboas.blogspot.com/

Nasceu agora e é para crescer!
Todas as boas colaborações são bem vindas!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Delicatessen



OTT - The Queen of all Everything

Um dos meus músicos favoritos de ambient electrónico.
>>>>>>>JuST lEt yOurSelF gO)))))))))))

quarta-feira, 3 de junho de 2009



Às sextas é domingo! E toda a gente reza! As mulheres de famílias mais "tradicionais" não podem sair de casa! Por aqui beber é pecado, assim como comer porco ou dizer palavrões! Especialmente à sexta!! Estes filmes foram gravados numa sexta, numa maratona de cerveja, vinho, whisky e muito muito presunto! Disfrutada com dois companheiros, mestres, amigos, com muita Àfrica (de norte a sul) nas pernas!

domingo, 17 de maio de 2009

Ponto de situação

Tenho uma fixação por esta montanha. Passo por ela quase todos os dias. Creio que esta fixação vem do facto de ela se encontrar, tal como eu, só. Ergue-se sozinha, relativamente distanciada das outras montanhas. Assim como eu estou relativamente distanciado de toda a gente. Simboliza um pouco a minha passagem por esta Argélia. Onde me ergo só, orgulhosamente só, por me sentir diferente. Sempre o senti um pouco por toda a minha vida, mas aqui essa diferença é anormalmente grande. Tanto nos valores, como nas crenças. Na diferença cultural e religiosa. Isso até ficaria diluído, no meio destas gentes, não fosse o factor japonês. Vir aqui encontrar uma cultura mais fundamentalista que os próprios argelinos, era a última coisa que esperava. A Argélia é consensualmente rotulada como País fundamentalista na Europa e mesmo os Argelinos moderados com quem falo encaixam bem o facto de em conversas com eles lhes dizer na cara que são um povo fundamentalista.

Encontro-me como esta flôr. Rodeado de espinhos, numa doce rotina em espiral de "me, myself and i". É incrível ver durante um ano uma empresa, que embora seja um dos maiores construtores mundiais ,não tem experiência em construcção de estradas. E fechados e orgulhosos como são não dão ouvidos a ninguém nem aceitam recomendações nem conselhos. Excepções também existem, embora sejam uma minoria. Tenho a sorte de serem as pessoas com as quais trabalho mais directamente. Neste momento encontro-me numa boa situação profissional. Tudo estável e a confiança no nosso trabalho (equipa luso-espanhola espalhada pelos diversos acampamentos) está a um bom nível. Renovação contratual entre empresas à vista, possibilidade da compra de mais equipamentos que necessitarão do nosso suporte técnico. O que implica mais formações e certificações. Devido a esas razões decidi melhorar a minha qualidade de vida por aqui com a compra de uma televisão, antena parabólica e alguns "gadgets," para estar mais distraído em "Guantanamo 2", como "carinhosamente" chamamos ao meu acampamento. And so it goes... Num registo de complicado, mas cada vez com mais sentido. O caminho continua com mais força depois de umas excelentes férias!! Cheias de amigos queridos e presentes. Cheias de emoções vividas, sentidas e ainda não todas absorvidas!!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Broas



Palavras para quê?

sexta-feira, 17 de abril de 2009

out of the box

Um ano de Argélia está quase a chegar. As broas estão com um pouco de bolôr. Sintoma de um estado de espírito cansado. Pelo meio vão acontecendo coisas boas. Pequenas vitórias profissionais e pessoais, pequenas conquistas pessoais. Se olhar para tudo isto de um plano mais elevado e de significado a longo prazo, essas mesmas conquistas, elevam-se a um plano inconcebível se há um ano atrás pensasse nelas . Por isso continuo, persisto, insisto e vou prevalecendo. Períodos mais complicados, outros nem tanto. Por motivos pelos quais a minha saúde pessoal foi afectada estes últimos 5 meses foram sem dúvida os mais difíceis.
Iria lá eu pensar há um ano atrás que o factor mais complicado de toda esta equação seria de facto a convivência com a cultura japonesa. Não é seguramente a cultura muçulmana aqui encontrada, num país que baila na fronteira do fundamentalismo. Também não o é o convívio com estas gentes, que dentro das diferenças têm imenso em comum connosco. Na maneira de ser, de tratar, de brincar com as situações e com a vida. Um Argelino amigo é um bom amigo. Nunca poderia é prever que a cultura japonesa seria assim. Fechada, orgulhosa, autoritária. Sem o dom de saber escutar e aprender com as outras peossoas e as suas experiências. Pessoas que baixam a cabeça quando passam por mim, porque durante meses a fio lhes garanti um trabalho difícil. Executado, posso dizer, com uma precisão quase impossível de atingir. Esforços de trabalho de carga horária entre as 14 a 16 horas diárias. Um tipo de trabalho, que embora relacionado com o que vim para aqui fazer, não era a minha função. Comecei a fazê-lo sozinho para os ajuadar a perceber como se faz. E foram-me deixando, calados, sem nunca me darem oportunidade de o passar a outra pessoa. Até que um dia bati com a mão na mesa. E refutei a minha responsabilidade. As pessoas que deveriam tomar este trabalho em mãos nem sequer apareciam. Fui depois chamado a uma reunião na sala da administração com direito a tradutor e questionado porque lhes dizia que não era responsável, estragando assim o espírito de equipa. Fiz-lhes ver que não havia equipa. A equipa era eu. Pediram-me para continuar a fazê-lo, pois assim sendo não teriam ninguém capaz. Não podem imaginar a tensão de trabalhar com pessoas assim. Que não falam do que se passa, do que se vai passar. Que mantém as pessoas no escuro de qualquer tipo de decisão. Trabalha-se no escuro. Ninguém sente espírito de equipa. Muitas das melhores pessoas que por aqui passaram, já não voltaram. Filipinos, malaios, argelinos, egípcios. Pessoas tratadas abaixo de cão, com berros e injustiças. Tudo isto porque não são da raça superior japonesa. Por ser Europeu, não sou assim tratado. Mas estou cansado, da incompetência, do racismo, do desperdíco de dinheiro que vejo todos os dias. Num país onde há muita gente a viver em condições que nós consideramos sub-humanas e onde a própria entidade fiscalizadora nacional faz o desperdício ser maior.
Sinto falta dos amigos, dos jantares, dos concertos, beber um copo. Cinema, concerto, exposição. Passeios, cafés, chás. Sol, praia... Sinto falta da minha família e do meu cão. Sinto falta de mim próprio, por estar num sítio onde não posso ser inteiramente eu.

Coming out of the box! Mas desta vez quando voltar, tenho que ter mais armas para continuar a lutar.

terça-feira, 31 de março de 2009

Não

me apetece escrever! Além do mais esqueci-me do carregador da máquina fotográfica!

domingo, 8 de março de 2009

It's alive!


Foto tirada de um poster afixado num café de El Eulma.
Dois atentados em 15 dias, devido à aproximação das eleições presidenciais, que se realizam dia 9 de Abril.
Ambos os atentados se situaram nas regiões usuais e identificadas como mais perigosas.
Nada de novo, por estas bandas, a vida continua a ser "relativamente" segura.

Fevereiro

Março

quarta-feira, 4 de março de 2009

Normal


Normal, ninguém gosta de se considerar normal. Aliás, creio que esse termo só existe devido à necessidade sociológica de agrupar as pessoas em grupinhos rídiculos, ou para efeitos estatísticos. Como as sondagens de televisão, de mercado ou políticas. Como por exemplo os solteiros(as), divorciados(as), jovens, meia idade, reformados, obesos, donas de casa e outros mais. No fundo todos temos um pouco de excêntricos ou de diferentes que acarinhamos no misto da confusão de sermos um pouco socialvelmente aceitáveis.

normal

adjectivo uniforme

1.

conforme à norma ou regra

2.

que serve de modelo; exemplar

3.

regular; habitual; ordinário

4.

antiquado que prepara ou se destina a preparar professores do ensino primário

5.

que não sofre de perturbações a nível físico e/ou psicológico

6.

QUÍMICA (solução) que contém um equivalente-grama do soluto por litro de solução

7.

GEOMETRIA que é perpendicular, no ponto de tangência, à recta tangente a uma curva, ou ao plano tangente a uma superfície

nome feminino

GEOMETRIA perpendicular, no ponto de tangência, à recta tangente a uma curva, ou ao plano tangente a uma superfície

nome masculino

aquilo que é habitual

(Do lat. normále-, «id.»)




1.A maioria das pessoas gosta um pouco de fugir às regras.
2.E de maneira nenhuma quero ser exemplar ou servir de modelo. É mais naquela de faz o que eu digo não faças o que eu faço.
3.Quanto ao ser regular, habitual ou ordinário. Penso que nenhuma delas, já fui um habitué!!! Coisa que muda com a alteração das rotinas mundanas, que acontecem por si mesmas. Essas mesmas alteram-se de formas muito anormais. Os ciclos, a terra redonda, a gravitação nunca se faz em círculos perfeitos(normais), mas sim em elipsóides de raios irregulares.
4.Acho que ninguém gosta de ser rotulado de antiquado.
5.A dado ponto da vida todos temos perturbações físicas e psicológicas, talvez até todos os dias nem que seja por um segundo. Como disse uma amiga muito querida, já faz tantos anos que nem ela própria se deve lembrar...Todos pensamos em f... o cão num milionésimo de segundo.
6.Não interessa, porque se subdivirmos ou escrutinarmos até à milésima, não haverá concerteza um litro igual ao outro.
7.Não sei que diga, mas na minha opinião, normal deveria der mais assim para o "quadrado".

O que me estarreceu nos últímos tempos foi uma inesperada busca pelo "normal", que em mais do que uma ocasão me deixou mal. Não consegui atingir o normal. Por exemplo as águas. Antes era a pergunta se era fresca, natural com gás ou sem gás. Agora é uma parafernália de águas frutadas, que naqueles dias mais difíceis dá vontade de responder secamente: Quero ÁGUA!!!!
Uma coisa que me tem deixado completamente louco é a minha busca por champôs para cabelos normais. Sim, acho que o meu cabelo se aproxima mais do normal. Aliás, o que será afinal de contas um cabelo normal? Será normal da minha parte pensar que tenho cabelos normais? A ver pela maioria das pessoas, que se conhecendo um pouco mais, nada têm de normal. Será possível que a cobrir a cabeça, onde alojamos um cérebro intrinsecamente complexo e imprevísivel, possamos ter uma cobertura normal?
Na verdade, em vários pontos do país, a minha procura em estabelecimentos comerciais de renome por champôs normais revelou-se infrutífera. E agora, cúmulo dos cúmulos, nem aqui na Argélia os consigo encontrar. Lembro-me especialmente de uma vez em Lisboa, no desespero de uma longa busca numa prateleira
gigante de um hipermercado, obcecado pela palavra normal, comprei finalmente um produto para cabelos normais!!! Entrei no carro, liguei o mp3 e conduzi feliz a cantarolar com um sorriso idiota pela minha fantástica conquista. O único problema é que quando fui tomar banho compreendi que afinal... tinha comprado amaciador!!! Antes de vir para cá tive que me contentar com um champô para cabelos castanhos a cabelos castanhos escuros!! O meu cabelo é preto!! Será que podiam fazer um champô para cabelos pretos!?!?

Agora digam-me, acham isto Normal!?!?!?!?